Quem nunca deu um murro na cara do outro?

A pergunta é de um dirigente da Gaviões da Fiel, entidade acusada de promover um quebra-quebra no Centro de Treinamento do Corinthians, segundo o mesmo, o encontro aconteceu de maneira espontânea, haviam integrantes da Torcida mas não foi uma ação planejada pela instituição , o diretor ainda afirma que é uma injustiça atribuir a violência as Torcidas Organizadas e faz a pergunta: "A violência está espalhada em toda sociedade. Quem já não deu um murro na cara do outro? (...) "É muito fácil criticar o outro. Mas eu queria saber se quem critica paga os impostos, não briga no trânsito. São tão idôneas assim?".
A ideia não é se posicionar contra ou a favor das Torcidas Organizadas ou não, a polícia deve investigar e apontar quem foi responsável, e se a instituição de fato organizou algo para depredar o clube e agredir funcionário ela deve pagar, ou, se foi ações individuais, os indivíduos devem responder, também é dever do clube dar mais seguranças a funcionários, inclusive os atletas.
Mas enfim, ao analisar a fala do dirigente da Gaviões da Fiel, por mais que seja contra as Torcidas Organizadas, acham que elas prestam um desserviço ao futebol entre outras coisas, há de se convir que sim, ele tem razão.
A sociedade de se mostra cada vez mais violenta, independente de torcida organizada ou não, imaginar que o futebol será uma ilha de paz em meio á um país que tem a violência irraigada a sociedade é utópico, quem nunca discutiu no trânsito? Nunca ofendeu o outro gratuitamente, nunca presenciou um ato de violência ainda mais explícita.
Não justifica a violência no futebol, mas sim, explica boa parte, numa sociedade que transpira violência, um local predominantemente masculino, com os nervos a flor da pele e de multidão , a situação tende a ficar ainda mais incontrolável, a violência vem de berço e é incentivada desde cedo, afinal, basta ir num jogo entre escolinha de futebol e se verá professores, pais e consequentemente, crianças, xingando, ofendendo, agredindo, árbitros, colegas e adversários, o esporte deveria ser um meio de se educar mas no caso específico do futebol é priorizada tão somente a competição e o desejo de sobressair ao outro , talvez o Bom Senso FC teria resultado mais concretos se preocupassem não só com interesses individuais, mas em transformar o futebol em todas as esferas, o restante não nos cabe discutir dentro da área esportiva, mas sim da área educacional, onde o bullying participa de todas as formas da vida de nossos estudantes, da esfera política, pois sem força política não se faz nada, e também da mídia, ou não reparam que cada vez mais todo tipo de violência é exposta sem pudor nas televisões brasileiras.
Enfim, não sejamos hipócritas, somos violentos sim, independente do time que torcemos ou a camisa que vestimos, quem nuca deu um murro na cara do outro?




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