Política de Cotas

Um tema que divide opiniões: política de cotas em universidades públicas.
Afinal, a política de cotas é algo que vem pra dar tratamento privilegiado a um grupo de pessoas ou vem para diminuir a injustiça social?
O acesso à educação superior é, teoricamente, universal, todos tem a mesma oportunidade de ingressar em uma universidade, isso apenas na teoria. O que se percebe é que a universidade não abriga todas as parcelas da sociedade.
Fica uma cultura no país que "universidade é coisa pra rico", e é o que se nota nas universidades públicas, principalmente nos cursos mais concorridos, mas qual o porque disso?
As escolas públicas de ensino médio do Brasil estão em petição de miséria, os professores recebem baixa remuneração e muita vezes não recebem uma formação continuada, o espaço físico da escola tal qual seu patrimônio (mesas e cadeira) estão muito precários e o material didático.... Já as escolas privadas conta com um bem equipado corpo docente (geralmente dois ou três professores para cada disciplina) recursos tecnológicos nas salas de aulas, uma extensa carga horária e um espaço físico em excelentes condições.
É evidente que não estamos falando de pessoas iguais em condições para competir por uma vaga em uma instituição de ensino superior. É discrepante o grau de preparação que alunos de escola particular têm em comparação com alunos da rede pública, assim eu pergunto: é justo tratar todos da mesma forma?
A política de cotas vem pra dar uma real chance para pessoas de origem humilde, que não tiveram condições de pagar por um ensino de qualidade a ingressar na universidade, é uma forma garantir que a população realmente esteja toda representada nas salas de aula de um curso superior, não só um grupo social ou étnico, isso é democracia.
Mas só as cotas não adiantam, o governo deve realmente investir na educação para que no futuro a população não precise mais de recorrer as cotas e todos realmente estejam em plenas condições de competição.
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4 comentários

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Pakita
admin
12 de janeiro de 2011 às 02:42 ×

Quando se discute sobre cota social em escolas particulares, logo seus diretores e coordenadores se ofendem, claro, não só por dizerem que seus alunos estão sendo prejudicados, não por esse motivo, mas sim pela perca de dinheiro que ocorre com seus cursos caros, "preparatório para o vestibular", logo se vê são milhares de escolas privadas disputando por vagas para seu próprio ganho.Com isto, dizendo que todos tem o mesmo direito, para seus alunos, os iludindo sobre a realidade, assim os indignando e o forçando a entrarem na justiça falha. É intrigante a manipulação e o egoísmo que ocorre quando se fala sobre cotas sociais, por atingir os privilegiados, assim afetando aquele aluno que realmente precisa de um curso superior não pago.

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Anônimo
admin
15 de janeiro de 2011 às 17:08 ×

Isso aí, camarada! Concordo com você. Só acrescentaria uma problematização: as escolas particulares dão uma preparação melhor "para o vestibular", mas isto não significa que no quesito "Educação", elas sejam superiores. Tem muitos estudantes que ficam abitolados decorando centenas de fórmulas para passar numa prova, mas chegam à universidade e muito dificilmente apreciam um Seminário ou um simples passeio pela Biblioteca, gastam mesmo seu tempo é nas baladas do London e do Victorio's Club. É verdade que o Ensino Básico e Médio como um todo precisam de uma radical transformação, o fim do caráter mercadológico do sistema de ingresso nas universidades. Isto passsa por quebrar o monopólio do Nacional e do COC sobre as vagas da Medicina na UFU, não é mesmo? Cotas sim!

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Tim
admin
15 de janeiro de 2011 às 23:19 ×

@André concordo plenamente, o conhecimento adiquirido por alunos do ensino médio é "descartável" e é voltado todo para o TREINO para se preparar para um vestibular, por isso não é válido aquele argumento que as cotas ameaçam a qualidade no ensino, universidade é outra coisa, quando chega lá as coisas são bem diferentes e esse decoreba de pouco adianta

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Unknown
admin
16 de janeiro de 2011 às 12:25 ×

De fato toda a educação no Brasil deve ser repensada, a universalização do ensino superior é sim uma grande conquista para o Brasil, país que tradicionalmente sempre privou as classes mais pobres de tal acesso.
A mudança ocorrerá não só nas universidades, mas os próprios profissionais que saírem de lá terão outra visão, um médico por exemplo, que trabalha no SUS e que estudou em escola pública terá outra maneira de atender, já que já precisou usar tal serviço.
Mas é bom salientar que a política de cotas deve estar aliada a um forte fortalecimento do Ensino Médio e Fundamental, com a democratização da cultura e do esporte e a distribuição de renda.

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